Jiu-jitsu é muito mais que aprender uns golpes em cima de um tatame. É uma escolha que envolve toda a vida. Jiu-jitsu é respeito aos pais, aos professores e às pessoas mais sábias e experientes. Jiu-jitsu é ser humilde e se disponibilizar a novos aprendizados. Jiu-jitsu é compartilhar todo esse aprendizado com os mais novos e inexperientes, sendo um exemplo de boas atitudes e bom caráter.
Jiu-jitsu é o bem. Se você ainda não entendeu isso, você não é jiu-jitsu. Porque o bem vale muito mais que fotos de cara feia e abdome malhado. Vale muito mais que uma orelha de couve-flor. Vale muito mais que um par de medalhas na sua parede. O bem tudo vence e o jiu-jitsu é o bem.
Oss
Crônica: O tempo não para
O tempo não para, mas às vezes os homens são mais rápidos que o tempo. Suas trajetórias são sempre dependentes das excentricidades do tempo, porém, em certos momentos, um movimento não precisa do aval dos minutos, dos segundos.
Assim eu vi Allan Finfou voando com a velocidade dos milésimos de segundo, sem ao menos aguardar ou levar em consideração os dez minutos disponibilizados para desfilar sua arte. Voou e surpreendeu o adversário como o vento surpreende a árvore à chegada da frente-fria.
Mas ao voar, Finfou encontrou uma barreira, um forte, um ponto de energia concentrada chamado Lendro Lo. Finfou teve a necessidade de voltar, girar, buscar outro caminho, sem encontrá-lo. A luta recomeça no meio do tatame, assim como o minuto recomeça a cada 60 segundos.
Olhos nos olhos, dança, pegada e finta. O tempo não para. Quimono não é lenço: Leandro aprendeu da pior forma. O ataque nas pernas foi a reação de um corpo altamente treinado e concentrado. A queda inevitável transforma-se em revés no placar. O tempo é curto, é preciso recuperar.
Respiração, pegada, vamos pensar. Mão na manga, mão na boca da calça. Ataque e defesa constantes. A cena é uma aula prática de jiu-jitsu, de como ser campeão com autoridade. O tempo agora parece dar as cartas ante à respiração pesada dos dois guerreiros que se apresentam à sua frente. Movimentos telegrafados, mas um detalhe não muda: aquela pegada na manga esquerda. Por quase um minuto, a manga esquerda foi dominada.
Usar a força do adversário a seu favor: uma das premissas básicas do jiu-jitsu. Sem muito esforço, Leandro, por baixo, inverte o jogo de Allan, já sentado e desequilibrado. Mas a guerra não está ganha. O tempo ainda corre, é preciso definir.
Allan está vulnerável, mas é nesses momentos que um guerreiro pode surpreender. Ele busca derrubar o oponente, que se defende como pode, tentando equiparar sua força à do adversário. Leandro neutraliza os ataques e o tempo dá uma brecha: é hora de respirar.
Novo minuto, novo recomeço. Mais uma vez, a pegada na manga esquerda. Com este instrumento, Leandro começa a construir seu caminho para vencer os adversários: Finfou e o tempo. O cansaço existe, mas é domado. É hora de partir para o ataque, raspar e ficar por cima. Finfou tenta reagir, busca as pernas. Primeira a direita, depois a esquerda. Prepara um contragolpe, explode, procura a virada.
Com um olhar, Leandro pede orientação. Lampejo de ideia, movimento simples, lapela pela nuca e estabilização da passagem. Mais uma brecha do tempo, momento de respirar e largar o peso.
O tempo, cruel e implacável, define sua vítima: Finfou. Em inferioridade no placar, não há muitos minutos para a virada fria e calculada. Allan coloca o coração na frente e parte para sua última cartada. Não dá certo.
No movimento final, Leandro impõe-se nas costas, busca o pescoço, controla as ações e não há mais chances para Finfou.
Leandro venceu o tempo, finalizou o adversário a quatro minutos do fim.
Assim eu vi Allan Finfou voando com a velocidade dos milésimos de segundo, sem ao menos aguardar ou levar em consideração os dez minutos disponibilizados para desfilar sua arte. Voou e surpreendeu o adversário como o vento surpreende a árvore à chegada da frente-fria.
Mas ao voar, Finfou encontrou uma barreira, um forte, um ponto de energia concentrada chamado Lendro Lo. Finfou teve a necessidade de voltar, girar, buscar outro caminho, sem encontrá-lo. A luta recomeça no meio do tatame, assim como o minuto recomeça a cada 60 segundos.
Olhos nos olhos, dança, pegada e finta. O tempo não para. Quimono não é lenço: Leandro aprendeu da pior forma. O ataque nas pernas foi a reação de um corpo altamente treinado e concentrado. A queda inevitável transforma-se em revés no placar. O tempo é curto, é preciso recuperar.
Respiração, pegada, vamos pensar. Mão na manga, mão na boca da calça. Ataque e defesa constantes. A cena é uma aula prática de jiu-jitsu, de como ser campeão com autoridade. O tempo agora parece dar as cartas ante à respiração pesada dos dois guerreiros que se apresentam à sua frente. Movimentos telegrafados, mas um detalhe não muda: aquela pegada na manga esquerda. Por quase um minuto, a manga esquerda foi dominada.
Usar a força do adversário a seu favor: uma das premissas básicas do jiu-jitsu. Sem muito esforço, Leandro, por baixo, inverte o jogo de Allan, já sentado e desequilibrado. Mas a guerra não está ganha. O tempo ainda corre, é preciso definir.
Allan está vulnerável, mas é nesses momentos que um guerreiro pode surpreender. Ele busca derrubar o oponente, que se defende como pode, tentando equiparar sua força à do adversário. Leandro neutraliza os ataques e o tempo dá uma brecha: é hora de respirar.
Novo minuto, novo recomeço. Mais uma vez, a pegada na manga esquerda. Com este instrumento, Leandro começa a construir seu caminho para vencer os adversários: Finfou e o tempo. O cansaço existe, mas é domado. É hora de partir para o ataque, raspar e ficar por cima. Finfou tenta reagir, busca as pernas. Primeira a direita, depois a esquerda. Prepara um contragolpe, explode, procura a virada.
Com um olhar, Leandro pede orientação. Lampejo de ideia, movimento simples, lapela pela nuca e estabilização da passagem. Mais uma brecha do tempo, momento de respirar e largar o peso.
O tempo, cruel e implacável, define sua vítima: Finfou. Em inferioridade no placar, não há muitos minutos para a virada fria e calculada. Allan coloca o coração na frente e parte para sua última cartada. Não dá certo.
No movimento final, Leandro impõe-se nas costas, busca o pescoço, controla as ações e não há mais chances para Finfou.
Leandro venceu o tempo, finalizou o adversário a quatro minutos do fim.
Lesões no Jiu-jitsu #2 - Joelho e fisio
A luta continua...
Após uma consulta com um especialista em joelho, constatamos que por ora devo permanecer em fisioterapia. Depois, só o destino dirá.
No joelho direito, tenho uma inflamação persistente em um dos ligamentos. Apesar da dor constante, essa é uma boa notícia, pois esse problema é fácil de resolver com a fisio. São quase 100% de chances de cura total. Ou seja, em duas ou três semanas, adeus dor e preocupação.
O problema maior está no joelho esquerdo. Há uma pequena lesão num dos ligamentos, o que deixa o joelho completamente instável e frágil. Logo, se eu não conseguir curá-lo totalmente, são grandes as chances de uma lesão mais séria futuramente.
Lesionei o joelho durante o treino, quando estava em boa posição. Ao ganhar as costas do meu companheiro de treino, ataquei o pescoço e ele defendeu. Fui me posicionando e, quando ele soltou a perna para tentar estourar minha pegada no pescoço dele, passei a perna esquerda pela nuca do oponente, para dar a arroxada final. Quando forcei, o companheiro quase batendo... vieram três estalos do joelho. Automaticamente, todos pararam e olharam pra mim. Fiquei assustado, pois o barulho dos estalos me surpreenderam. Parei o treino imediatamente, embora a dor fosse leve.
Optei por não ir logo ao médico e passei uns dias à base de gelo e anti-inflamatório. Depois de uma semana a dor cessara, mas a insegurança na pisada, não. Era hora de buscar ajuda e partir para um tratamento sério e acompanhamento médico.
Lá se vão um mês e meio de molho, ansiedade e esperança.
Daqui pra frente, tenho mais algumas sessões de fisio. Depois, nova avaliação pelo especialista determinará o caminho a seguir. Provavelmente, terei de cumprir mais algumas sessões extras de fisio no joelho esquerdo, a fim de fortalecê-lo. Se nem isso resolver, entro na faca. E aí, serão pelo menos mais seis meses de molho.
Não sou profissional nem competidor contumaz. Menos mal. Mas fico imaginando os atletas profissionais nesses momentos de tratar lesões. Deve ser difícil...
Após uma consulta com um especialista em joelho, constatamos que por ora devo permanecer em fisioterapia. Depois, só o destino dirá.
No joelho direito, tenho uma inflamação persistente em um dos ligamentos. Apesar da dor constante, essa é uma boa notícia, pois esse problema é fácil de resolver com a fisio. São quase 100% de chances de cura total. Ou seja, em duas ou três semanas, adeus dor e preocupação.
O problema maior está no joelho esquerdo. Há uma pequena lesão num dos ligamentos, o que deixa o joelho completamente instável e frágil. Logo, se eu não conseguir curá-lo totalmente, são grandes as chances de uma lesão mais séria futuramente.
Lesionei o joelho durante o treino, quando estava em boa posição. Ao ganhar as costas do meu companheiro de treino, ataquei o pescoço e ele defendeu. Fui me posicionando e, quando ele soltou a perna para tentar estourar minha pegada no pescoço dele, passei a perna esquerda pela nuca do oponente, para dar a arroxada final. Quando forcei, o companheiro quase batendo... vieram três estalos do joelho. Automaticamente, todos pararam e olharam pra mim. Fiquei assustado, pois o barulho dos estalos me surpreenderam. Parei o treino imediatamente, embora a dor fosse leve.
Optei por não ir logo ao médico e passei uns dias à base de gelo e anti-inflamatório. Depois de uma semana a dor cessara, mas a insegurança na pisada, não. Era hora de buscar ajuda e partir para um tratamento sério e acompanhamento médico.
Lá se vão um mês e meio de molho, ansiedade e esperança.
Daqui pra frente, tenho mais algumas sessões de fisio. Depois, nova avaliação pelo especialista determinará o caminho a seguir. Provavelmente, terei de cumprir mais algumas sessões extras de fisio no joelho esquerdo, a fim de fortalecê-lo. Se nem isso resolver, entro na faca. E aí, serão pelo menos mais seis meses de molho.
Não sou profissional nem competidor contumaz. Menos mal. Mas fico imaginando os atletas profissionais nesses momentos de tratar lesões. Deve ser difícil...
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