Série História das equipes - Capítulo 1 - Gracie Humaitá

A partir desta postagem, inicio uma série para contar um pouco da história das academias de jiu-jitsu, começando com as mais clássicas.

O capítulo 1 é dedicado à Gracie Humaitá, pois é a equipe que carrega a honra de perpetuar os ensinamentos dos mestres fundadores Carlos e Helio, sendo descendente direta da primeira academia deles, que, aliás, não era uma academia, mas um dos quartos do apartamento de Helio no  bairro do Flamengo, Rio de Janeiro.

Após essa fase inicial no apartamento, Carlos e Helio montaram uma academia propriamente dita no mesmo bairro. Depois, esta foi transferida para um espaço maior na avenida Rio Branco, onde hoje é o coração financeiro do Centro da cidade. Em 1981, nova mudança, para o bairro da Lagoa. E em 1985, a equipe estabelece-se no mesmo espaço que ocupa até hoje, no colégio Padre Antonio Vieira, no Humaitá, zona sul do Rio.

Foi nesta equipe que o meste fundador Helio Gracie formou inúmeros campeões. Embora avesso à criação de competições esportivas, com regras restritivas e limite de tempo para as lutas, o mestre acompanhou muitas competições com seus lutadores envergando no quimono o famoso escudo amarelo e preto da academia.

Uma das histórias mais marcantes do espaço refere-se à invasão sofrida nos anos 1980 pela turma da luta-livre, no auge da histórica rivalidade entre Rickson Gracie e Hugo Duarte, posterior à briga que estes travaram nas areias da praia da Barra. Confira o vídeo:


Quem conhece um pouco da história do jiu-jitsu lembra que nessa época havia muita rivalidade entre turmas de praticantes de muay thai, luta-livre e jiu-jitsu, com invasões de academias, brigas na rua e lutas a portas fechadas, o que posteriormente levou à organização e profissionalização do vale-tudo e seu subproduto, o mma.

Nesta invasão, ocorreu uma nova peleja entre Hugo e Rickson, com vantagem para o segundo. O pessoal da luta-livre pediu outra luta e apontou Eugênio Tadeu para representá-los. Pelo lado do jiu-jitsu, foi designado Royler Gracie, que faria sua estreia no vale-tudo. A luta ainda estava no início quando chegou a polícia, acreditando-se tratar-se de uma baderna descontrolada, pois a disputa ocorria na quadra da escola e havia muita gente do lado de fora, na rua. Explicada a confusão, no dia seguinte Rickson marcou a continuação da luta, desta vez no tatame da academia, a portas fechadas.

Antes do combate, Rickson falou a todos os presentes, representantes do jiu-jitsu e da luta-livre, chamando todos a valorizarem o vale-tudo como esporte, estabelecendo ali uma espécie de embrião de código de honra para a modalidade e pedindo a colaboração de todos para a valorização daquilo que faziam. Passado esse momento, a luta teve início e, depois de 50 minutos sem um vencedor, foi declarado o empate.

Este tatame histórico está lá até hoje. Após o afastamento do mestre fundador Helio Gracie, a academia passou a ser gerida por seus filhos mestres Royler e Rolker. Royler mudou-se no início dos anos 2000 para os EUA, e Rolker seguiu em frente. Atualmente, a equipe conta com a presença esporádica do mestre Rickson em seus treinos.

Gracie Humaitá
Rua Humaitá, 52, Humaitá, RJ
Site: http://graciehumaita.com

Fontes: sites da equipe, Wikipedia, livro Filho teu não foge à luta, de Felipe Awi

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